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domingo, 7 de janeiro de 2018

MÃE! (Mother!, EUA, 2017)


Então, gente, vamos falar desse filme polêmico que foi Mother! Dirigido por Darren Aronofsky, diretor também de Cisne Negro; Pi, Réquiem para um sonho; entre outros, achei o filme mais fraco dele que já assisti.

Até a metade do filme você ainda está fazendo teorias, achando isso e aquilo, mas do meio em diante ele dá um plot twist que você pensa ‘’ok, peraí’’. E daí só vai ficando mais louco e na última cena do filme você se pega falando what that fuckkkk!!!


Minha primeira teoria envolvia que a mãe (Jennifer Lawrence) tinha alguns transtornos psicológicos, tais quais, algum nível/tipo de TOC, dificuldade de estabelecer fronteiras de contato, pois tudo era invasivo para ela. Sem conseguir se impor e ser assertiva, a própria casa ia invadindo ela, assim como o marido (Javier Bardem) e os convidados não solicitados. De forma que tudo isso ia piorando o quadro patológico dela. Já o marido, na minha visão, sofria daquilo que chamamos complexo de Deus. Tudo era para ele, sobre ele, (ele, ele, ele, ele e ele).
Beleza, essa foi minha primeira teoria partindo do pressuposto de outros filmes que assisti de Darren Aronofsky, que sempre se relacionam com psique e transtornos psicológicos. Mas à medida que o filme foi ficando mais louco, eu comecei a achar que se fosse isso mesmo, se tudo não passasse de alucinação ia ser muito óbvio, não ia ter graça. Então deixei essa teoria de lado e continuei a assistir ao filme.
Quando acabou me deu aquela sensação estranha que será que era só isso mesmo? Temos a relação com a mãe natureza, a história da bíblia e fiquei: tá, OK, e daí, sabe?
Realmente foi muito alegórico nesse sentido, temos ali o marido sempre envolvido em suas criações, que nos remete a figura de Deus e a mãe que assume vários papeis, de ser a mãe natureza, a mãe do filho dele...

O primeiro casal de convidados do filme seria Adão, que entra primeiro, depois sua mulher, Eva. E reparem que eles não entram em qualquer lugar, e sim na casa, o templo sagrado e místico do marido. Depois temos os dois irmãos, os quais um mata o outro, mais uma vez fazendo menção à figuras bíblicas, Caim e Abel.

A natureza personificada como um ser que é invadido, que não é respeitado, todos entram nela e pegam o que querem, saem, não cuidam, destroem, agindo de forma egoísta desrespeitando a mãe que grita pedindo que parem, mas ninguém a ouve.

Então, essa relação metafórica com a mãe natureza eu até gostei, mas essa alegoria com a história da criação, da bíblia eu fiquei “ATA, BELEZA." Não me vendeu, sabe? Por isso achei o filme mais fraco de Aronofsky.

Outra crítica muito importante que estava ali presente o tempo todo no filme, e que foi a única coisa que gostei mesmo e achei interessante, foi a metáfora sobre a vida de pessoas famosas e sua relação subjetiva e pessoal com a vida midiática, relação pública e venda da sua intimidade. Se o filme tivesse dado maior destaque a isso, ao invés de uma alegoria com a bíblia, eu teria gostado bem mais.

Temos ali a venda da intimidade: a casa do autor, sua própria obra escrita, parte de sua vida, sendo invadida pelos fãs que querem levar algo consigo, a forma como o autor se torna escravo da vontade dos fãs. Ele não pode simplesmente sair do quarto e andar, não pode pedir as pessoas que vão embora. Sua comida não é mais sua, viraram coisas que os fãs concederam para ele, que permitiram. E na mente repleta de ego do autor, também não quer que os fãs vão embora, ele precisa deles para sobreviver.

Ou seja, vira uma relação de co-dependência, os fãs admiram ele pelo que ele escreve e ele precisa que as pessoas que leiam o que ele escreve para ganhar dinheiro, ficar famoso e para que mais pessoas leiam o que ele escreve. A família ao redor da pessoa famosa, também fica à mercê dessas relações, da exposição, de ter sua vida vendida e explorada.
Enfim, gente, no mais, achei o filme fraco. O marido e autor dos poemas é uma bosta de homem, egoísta, até o ultimo segundo explora a coitada da esposa. E ela vive para ele e por ele, moldou sua vida toda em satisfazer as vontades dele e nem no último suspiro de vida teve paz: ele pediu mais um favor a ela, favor esse que literalmente rasgou-a no peito.
Gosto muito dos filmes de Aronofsky, mas esse não deu para salvar. Fica para próxima!


Gênero:
(x) suspense
(x) terror psicológico
(x) dark fantasy
Ficha técnica:
Direção: Darren Aronofsky
Produção: Darren Aronofsky, Scott Franklin, Ari Handel
Roteiro: Darren Aronofsky
Elenco: Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Michelle Pfeiffer, Ed Harris
Música: Jóhann Jóhannsson

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