Que
filme intenso! Acho que essa pequena frase já seria o bastante, mas como os
terráqueos sem dúvida querem saber mais, vamos lá!
Fechem
os olhos e escutem o barulho da casa, escutem o barulho da rua. Quase uma
viagem, não é? Apesar de nunca pararmos de escutar, estamos sempre ouvindo tudo
ao nosso redor. Foi explorando a escuta que o diretor Ildikó Enyedi conseguiu com
maestria dar tanta intensidade ao filme.
Com
três indicações no Prêmio do Cinema Europeu de melhor filme, melhor diretor e
melhor roteiro, premiado com o Urso de Ouro no Festival de Berlim e algumas
outras premiações e indicações, a produção simplesmente não se encaixa no critério de gostar
ou não.
Endre
(Géza Morcsányi) é um homem de meia idade que se acomodou sua uma vida
solitária. Mária (Alexandra Borbély) é uma mulher jovem com sérios problemas de
sociabilidade. Ele dono do abatedouro e ela a nova funcionária da vigilância
sanitária designada para empresa.
O
filme contrasta as cenas fortes do abatedouro com a convivência rotineira dos
funcionários, principalmente os momentos no refeitório, onde Endre e Mária se
relacionam com diálogos curtos e frases soltas. Quem eram, de onde vieram e todo
o background dos personagens são pouco explorados, porém recorte feito é o suficiente
para cumprir com o objetivo de contar a essa incomum história de amor.