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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Corpo e Alma (Testről és Lélekről/ On Body and Soul, Hungria, 2017)


Que filme intenso! Acho que essa pequena frase já seria o bastante, mas como os terráqueos sem dúvida querem saber mais, vamos lá!

Fechem os olhos e escutem o barulho da casa, escutem o barulho da rua. Quase uma viagem, não é? Apesar de nunca pararmos de escutar, estamos sempre ouvindo tudo ao nosso redor. Foi explorando a escuta que o diretor Ildikó Enyedi conseguiu com maestria dar tanta intensidade ao filme.

Com três indicações no Prêmio do Cinema Europeu de melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro, premiado com o Urso de Ouro no Festival de Berlim e algumas outras premiações e indicações, a produção simplesmente não se encaixa no critério de gostar ou não.  

Endre (Géza Morcsányi) é um homem de meia idade que se acomodou sua uma vida solitária. Mária (Alexandra Borbély) é uma mulher jovem com sérios problemas de sociabilidade. Ele dono do abatedouro e ela a nova funcionária da vigilância sanitária designada para empresa.

O filme contrasta as cenas fortes do abatedouro com a convivência rotineira dos funcionários, principalmente os momentos no refeitório, onde Endre e Mária se relacionam com diálogos curtos e frases soltas. Quem eram, de onde vieram e todo o background dos personagens são pouco explorados, porém recorte feito é o suficiente para cumprir com o objetivo de contar a essa incomum história de amor.


Alternância entre sonho e rotina dá a marcação ao ritmo mais lento do filme. Até que uma ocorrência na empresa coloca em choque esses momentos, até então paralelos, e o filme ganha um novo ar ou, em alguns momentos, nos rouba o ar.

Na humilde opinião dessa navegadora que vos escreve, as premiações são merecidíssimas, eu estou até agora sem conseguir colocar no fundo todas as sensações, sentidos e emoções que foram despertadas nessas quase duas horas de filme que continuam a fazer figura em minha mente. Vale muito a pena ir ao cinema assistir esse longa, porque o som é quase um ator do filme, e som de cinema é algo que quase insubstituível.

E concluo com: Santa Nave Mãe, que filme intenso!

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